Cientistas de um laboratório de armas norte-americano anunciaram ter treinado abelhas para farejar explosivos, em um projeto que, alegam, poderia ter muitas aplicações para segurança interna dos Estados Unidos e para a guerra no Iraque.
Pesquisadores do Los Alamos National Laboratory, no Novo México, disseram ter treinado abelhas para estender seus probóscides -- o tubo que usam para se alimentar com néctar -- ao farejar explosivos em qualquer local, de automóveis a bombas posicionadas à beira de estradas, passando por cinturões carregados de explosivos como os que são usados em atentados suicidas.
Os pesquisadores do programa, chamado Stealthy Insect Sensor Project, divulgaram suas conclusões na segunda-feira (27).
Ao expor os insetos ao odor de explosivos, e recompensá-los em seguida com água açucarada, os pesquisadores dizem ter treinado abelhas para reconhecer substâncias que variam de dinamite ao explosivo plástico C-4, passando pela pólvora extraída da artilharia que é usada para produzir bombas improvisadas no Iraque.
"Quando as abelhas detectam a presença de explosivos, elas simplesmente estendem seus probóscides", disse o pesquisador Tim Haarmann, um dos envolvidos no projeto, em entrevista por telefone à Reuters. "Não é preciso ser especialista em comportamento animal para compreender o aviso, porque não existe ambig¼idade."
O avanço surgiu depois de 18 meses de pesquisa nas instalações do Departamento de Energia doa EUA em Los Alamos, o principal laboratório de armas atômicas do país.
"Estamos muito animados com o sucesso de nossa pesquisa, que pode ter implicações profundas para a defesa e segurança interna do país", disse Haarmann.
Embora cientistas tenham treinado vespas para responder à presença de explosivos, Haarmann disse que o trabalho com abelhas parece mais promissor.
Segundo ele, as abelhas poderiam ser transportadas em detectores portáteis do tamanho de uma caixa de sapatos, e usadas para farejar explosivos em aeroportos, postos de vigilância rodoviários ou até mesmo empregadas como parte de equipamento robotizado de desmonte de bombas.
Ele afirmou que o próximo passo seria produzir as caixas para as abelhas e treinar o pessoal de segurança em seu uso.
"Seria ótimo começar a salvar algumas vidas com isso", declarou Haarmann.